Como inúmeras outras, a família Migotto (ou Migot), assentada no Rio Grande do Sul no final do século XIX (1879), merecem o apreço das novas gerações. Esses homens e mulheres rudes e simples à margem do cenário oficial saíram da Itália para se estabelecerem no Brasil e edificaram uma civilização pioneira e diferenciada.
Os irmãos Sante e Giácomo Migotto, filhos de Giácomo Migotto e Pasqua Portelo migraram da Itália para o Brasil no ano de 1879. Partiram da Comune de Fontanelle, província de Treviso, região do Vêneto. Embarcaram em Gênova, no navio à vapor Savoie (veja a lista de passageiros), no dia 15 de maio de 1879, e chegaram ao Rio de Janeiro no dia 5 de junho do mesmo ano. De lá, era comum que muitos dos imigrantes seguissem para Rio Grande, e posteriormente para Porto Alegre, na então Província de São Pedro. Ainda de barco, se locomoviam até Montenegro, de onde montavam em cavalos com destino a serra gaúcha.
Eram agricultores e foram assentados na localidade de Santa Clara, no lote número 56 da ex-colônia imperial Santa Maria da Soledade – à época, esta colônia pertencia ao município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Atualmente, Santa Clara pertence ao município de Carlos Barbosa.
Sante Migotto, casado com Maria Dalla Vecchia, veio ao Brasil com um filho de oito meses e com sua mãe, Pasqua Portelo, que era viúva, de 67 anos. No Brasil, Sante e Maria tiveram mais 10 filhos.
Giácomo Migotto, casado com Rosa Battistella, veio com quatro filhas, que eram italianas. Aqui, três delas casaram-se, respectivamente, com Pasquale Scottá, Antônio Canal e Antônio Dotta.
Hoje, além da Serra Gaúcha, é possível encontrar descentes da família em Dona Francisca (também no RS), Rolândia (PR), Taubaté (SP) e Caldas Novas (MG), entre outras localidades.
As diferentes grafias devem-se ao fato de que no Brasil muitos descendentes foram registrados como Migot ou Mingot, e não Migotto – como seria o correto.
Em 1879, chegaram ao Brasil os irmãos Sante Migotto e Giacomo Migotto. Sante teve diversos filhos e filhas, já Giacomo teve apenas filhas mulheres e seus descendentes não herdaram o nome Migotto. Estes, também Migotto de sangue, identificam-se como Scottá, Canal ou Dotta.
Migotto é um sobrenome da onomástica da língua italiana originário da região do Vêneto. Ele vem da redução coloquial de “amigo” com o sufixo “otto” – por sua vez é a variação setentrional de “amico”.
No dia 26/03/2023, na localidade de Desvio Machado, em Carlos Barbosa (RS), foi realizado o primeiro encontro das famílias Migotto/Migot. O evento contou com recepção, café da manhã, almoço e missa. Na ocasião, além dos festejos de confraternização, foi lançado o livro “Migot(to) no Brasil, desde 1879”.
Os organizadores agradecem todos os que puderam aproveitar esta oportunidade de conhecer a história de seus antepassados e seus descendentes e parentes.
Para registrar estes mais de um século de história, Aldo Francisco Migot, historiador, escreveu o livro "Migot(to) no Brasil, desde 1879", publicado pela Editora EDUCS, de Caxias do Sul, e que conta a história da família desde as suas origens até os tempos atuais, traçando todo o percurso dos antepassados e seus descendentes. Além disso, o livro traz a árvore genealógica da família.
O lançamento do livro ocorreu em março de 2023, juntamente com o 1º Encontro da Família.